Carta pros estaites
A carta que voou pra América do Norte está perdida. Só depois de decidir não rastrear ela mais é que aceitei o fato de que não poderia haver situação mais propícia pro seu passeio, já que as circunstâncias que precederam sua partida foram tão curiosas quanto todo o resto da curta história.
No ócio de imaginar uma possibilidade de novos caminhos e acasos, penso que talvez ela deva mesmo tocar outras mãos. Que precisem, em algum lugar muito distante do seu destino final, de um pouco da paz da Lua Cheia guardada em seu envelope - já sem cheiro à essa hora. Que cheiros ela já deve ter guardado por onde passou?
E quem sabe ela encontre alguém que precise também escutar com os olhos a sinfonia que ela esconde nas suas linhas...
Não desacredito nem deixo morrer o meu fascínio pelos encontros imediatos arrebatadores. Aqueles em que você encara o sentimento do mundo. Mas até esses encontros não fogem dos rastros que vieram antes, escondidos na sua garupa imaginária.
Seguindo a voz do Almir Sater, me consola saber que qualquer coisa, tida como pequena ou grandiosa, ainda pode chegar a qualquer lugar. Não vou parar de escrever nas Luas Cheias.

meu nome é Luria. sou discípula de manoel de barros e um beco sem saída com histórias guardadas no peito pra serem descarregadas, ora em palavras, ora em imagens.
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